Idiotas como Chapeuzinho Vermelho

 (Análise de *Emerson)

Essa charge é uma tremenda oportunidade de reflexão filosófica prática (embora talvez essa não tenha sido a intenção do chargista). Afinal, quantas vezes, a maioria de nós se parece com a Chapeuzinho? Não é? 

Imaginemos, por exemplo, a grande massa que idolatra políticos, como a Chapeuzinho, e os corruptopatas como o Lobo Mau. 

Nem o Lobo acredita na burrice da Chapeuzinho. 

De fato, o Lobo Mau não acredita que seu disfarce será perfeito, irreconhecível o bastante para enganá-la, mas, ao constatar a parvoíce da Chapeuzinho, gradativamente, pouco a pouco, como os politicopatas fazem com o povo, ele avança em seus propósitos maléficos.

Tal como os politicopatas, o Lobo Mau se aproveita da evidente ignorância, do comodismo e da preguiça de pensar da grande massa auto-idiotizada 24 horas por dia.

E tem outra, como diria o solitário Filósofo Immanuel Kant: "Não são os objetos que nos enganam, mas nós é que nos enganamos em relação aos objetos". 

Ou seja, a grande massa não é enganada pelos Corruptopatas, afinal, ninguém é tão imbecil ao ponto de seguir crápulas, saqueadores de nações gratuitamente, por uma 'estranha inocência'. 


A grande massa, tal como a Chapeuzinho, se deixa enganar em relação ao [objeto] corruptopatas, por que quer.

Psicologicamente, visualmente, de alguma forma enfim, alguma coisa neles (nos maníacos politicopatas) convém a quem lhes segue.

A grande massa que morre de preguiça de pensar, estudar, buscar conhecimento, no fundo odeia os corruptos, mas antes, projeta neles uma imagem de ('paizão', 'mãezona', 'salvador' ou 'o que a própria grande massa gostaria de ser, isto é: poderosa, rica, esbanjadora)'. 


Ou, ainda, como diria Denis Diderot, Iluminista Francês, num de seus mais brilhantes livros: "O Sobrinho de Rameau", através de uma de suas personagens: "Você sempre demonstrou algum interesse por mim por que sou um podre diabo que, no fundo, você despreza, mas que o diverte".

Obviamente, isso também pode ser usado para interpretar outras coisas em vários outros campos da vida, especialmente, no campo das relações interpessoais, nas coisas simples do dia a dia.  

A Filosofia serve para isso, para tornar simples e prático o que parece muito complicado e difícil. Quem complica, complica apenas para parecer o que não é.

*(Emerson é Pensador Autodidata, blogueiro/editor e ciberativista realista)

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